quarta-feira, 2 de março de 2011

zu viel Kraft in der Lunge für zu wenige Trompeten.

Guess who's back.

Dickes B.
A primeira parte do post vai ser sobre eu sendo turista em Berlim. Nesses últimos tempos, andei visitando Bradenburger Tor, Reichstag (a segurança lá é enorme, é até um pouco constrangedor. Vai saber porque), Denkmal, Deutsches Historisches Museum e a Berliner Dom. Foi bem legal sair por aí, andando por Berlim, procurando coisas lindas. Quando se chega na rua Unter den Linden, é difícil saber para onde olhar. Tudo é muito, muito bonito. Mas muito bonito mesmo. E a Berliner Dom resume bem isso. Porque todos os pedacinhos dela são maravilhosos, e você nunca consegue decidir se você quer ficar sentado na frente dela, dos lados, atrás ou dentro para o resto da sua vida. No museu, fui ver a exposição Hitler und die Deutschen (Hitler e os alemães). Foi bem, bem interessante, estava bem, bem bonita. Mas era um pouco triste. Claro, era o tipo de coisa que só se chega a ver na capital alemã. Mas mesmo assim, era meito triste demais.
Outra coisa que eu andei fazendo foi ir assistir um dos filmes que estavam no Berlinale (sabe, Urso de Ouro ? É o prêmio desse festival). Filme brasileiro. Garanto que não entendi nada do filme até o diretor vir e explicar. Mas foi legal a experiência. Ainda mais que agora descobri (graças à Juliana) uma sorveteria ótima na Alexanderplatz (onde foi o filme) e ando um pouco viciada em tomar sorvete no frio. Não, ainda não fiquei doente. Bom, não de novo.

A Gal.
Na última quinta-feira, resolvi sair com a gal daqui pela primeira vez. Ia ser na casa de um dos caras da escola, pensei que seria bacana. E foi, haha. Quando falo que pensei que seria, dá a entender que não foi. Mas foi. Aliás, foi melhor do que achei que seria. Não garanto que a galera de Sampa seja completamente louca. Mas são mais divertidos do que os daqui. Não que os daqui não sejam. Talvez só esteja mais à vontade com a gal original. Não sei. Mas antes achava que a galera daqui ia ser um pouco louca demais. E pelo contrário, eles são bem mais 'família'. Claro, saem todos os dias, praticamente, e estão quase sempre em bares. Conversando. Ou dançando. Eu fico até um pouco triste. Quanto mais saio com eles aqui, mais quero voltar para o Brasil. De novo, não é porque eu não gosto de sair aqui. É só que eu amo a gal de Sampa (amo vocês, gal!) e eles são realmente muito, muito legais. E eu sinto falta de sair com eles. Haha.
De qualquer jeito, depois de pegar o ônibus errado, e entrar na rua errada, acabei chegando na casa do suíço italiano. Cheguei lá, todo mundo já lá, peguei a primeira cerveja que eu resolvi beber em Berlim. Heineken.
Sim, podem me matar. Demoro três semanas para tomar minha primeira cerveja em Berlim, e acabo tomando Heineken ? Eu mereço. Mas logo depois tomei outras duas que são daqui.
Uma das coisas mais legais de quando a gente sai é a variedade cultural. Claro, noventa por cento é suíço. Mas mesmo assim, tem o grupo que fala francês, o grupo que fala espanhol, o que fala italiano, os brasileiros (meu grupo preferido para conversar, garanto!), os que falam alemão (quando a conversa é entre pessoas de línguas diferentes) e os que falam inglês (vou admitir que muitas vezes eu que começo esse grupo). Achei engraçado também que a gal aqui bebe absinto de boa, e continua conversando. Queria ver algo assim com a gente em São Paulo. Não precisa nem ser em algum lugar muito mais animado (tipo, festa da FASM, haha). Só na casa da Naimi já ia fazer um estrago. Tenho até medo (e saudades) de imaginar.
Ainda não saí com eles para dançar, mas quero muito. Me disseram que eles não tem muito ritmo, que eles não usam nenhuma articulação (a não ser o pulso) e que eles ainda fazem cara de quem está requebrando. Quero muito ver. Ainda mais para colocar o jeito que eu danço do lado do deles. Imagina.
Ontem, depois de irmos ao Reichstag (com a escola, aliás - me senti um pouco na escola mesmo. Fazendo excursão. Um pouco triste), fomos a um bar (bem bacana, mas não tão bacana ao que eu fui no Sábado - história triste). E eu conheci o resto da gal, aquela com quem eu mal falava. E eu adorei. Eles são todos bem legais. E todos adoraram as moedas brasileiras. Ficaram inconformados que elas se parecem com o Euro (acho que a gente deu uma copiada, viu). Até quiseram tentar colocar na máquina que tem lá na escola hoje pra ver se funciona (não funciona).

 Viel Spaß!
Aqui vem a última parte do que eu vou escrever hoje. O visto. Ah, visto do inferno. Segunda-feira de manhã, cheguei no que vou chamar de LOTV (Lugar Onde Tiro o Visto - ainda não descobri como chama esse lugar). Cheguei para o primeiro cara que estava lá, no pior alemão que eu pude reunir dentro de mim, perguntei onde ir. Quando entendi que ele queria ver meu passaporte, ouvi ele dizer que era no prédio C. Lindo. Acabei descobrindo que era tudo o mesmo prédio. Mas oks. Fui até o C. Vi lá 'Brasilien'. Segui. Cheguei para o primeiro cara lá dentro, mostrei passaporte, ele me mandou ir até o segundo andar. Lindo. Cheguei lá, não sabia onde tirar senha. E pior: tinha uma placa escrito No Students On This Floor (única coisa em inglês do prédio inteiro). Sofri um pouco. De medo de estar no lugar errado. Sem contar, que eu não conseguia achar onde tirar uma senha. Desci na indecisão mais uma vez e perguntei para outro cara onde eu ia. Ele falou que para estudantes só estava aberto no dia seguinte. Fui assistir o resto da aula.
Dia seguinte (ontem) às seis e cinquenta da manhã, lá estava eu, andando pela rua gelada e interminável que levava ao LOTV (andei tanto naquela rua, juro, odeio lá. Haha). Cheguei sete em ponto lá. Feliz da vida com a minha pontualidade. Pense bem, fui uma das primeiras pessoas a pegar a senha (acabei achando onde tirava). Uma hora depois fui atendida. E descobri que tava no lugar errado. Lindo. Só que ninguém sabia onde eu devia ir! A mulher disse que para Sprachkurs era no andar debaixo. E eu perguntei para o cara do andar de baixo, ele disse que era para estudantes de universidade, putaquepariu (meu blog, posso xingar quanto quiser. Ou será que devo colocar uma advertência antes ?). Rodei aquele prédio mais umas mil vezes até decidir ficar onde estava marcado 'Estudantes'. Só que a maquininha de tirar senha não tava dando senhas. Chorei um pouco, mas fiquei sentada lá. E, fair enough, depois de um tempo, ela voltou a dar senhas, e eu tirei a minha. Tudo certo ? Quase. Porque quando fui ser atendida, descobri que precisava ter me registrado na prefeitura de Berlim antes. O que eu não tinha feito. Posso falar ? Lindo. Muito lindo da minha parte. Sai andando naquela rua insuportável de volta ao metrô, rodei as linhas mais um pouco e vim parar aqui perto de casa, para me registrar. Antes, passei na escola para poder ter certeza de que só precisaria ir na prefeitura uma vez. Quando cheguei lá, no Rathaus (sei como soa, mas não tem nada a ver), eram dez e meia e só abria às onze. Melhor. Porque, assim que abriu, lotou. E eu ainda fui a oitava pessoa a tirar senha. E me registrei, finalmente. A mulher de lá foi super legal, super compreensiva. Me animou um pouco mais.
Peguei de novo as mil linhas de metrô e voltei a andar naquela rua insuportável, já esperando algum outro tipo de fracasso. Cheguei e me sentei, sabendo que faltava menos de uma hora para o LOTV fechar. E a maquininha de tirar senha não estava dando senhas. Me sentei e rezei para todos os deuses nos quais eu não acredito. E logo ela funcionou. Tirei minha senha e, em menos de cinco minutos, entrei.
O cara que me atendeu então era bem simpático. Mostrei nem metade dos papéis que tinha preparado com meu pai no Brasil (pois é, pai) e ele me falou que eu logo iria ser chamada novamente para uma entrevista do visto. Meio assustador. Mas nem foi. Quando entrei no escritório, a primeira coisa que a mulher me perguntou foi se eu falava Alemão. As duas outras únicas perguntas foram: 1) se eu ia fazer alguma coisa além de estudar Alemão; e 2) se eu ia querer ficar aqui mais do que até dia 25 de Junho. Falei que não para as duas, e acabei ganhando visto até o final de Julho. Vai entender. Mas acontece também, que precisava pagar. Cinquenta euros. E eu não sabia. Em dinheiro. Por sorte (coisa rara na minha vida), eu tinha na carteira. Paguei e peguei meu passaporte. Juro que quase abracei a mulher. Mas vai saber, né. Ela é alemã. Melhor não. E eu teria chorado também. Mas não costumo chorar de alívio. Ou felicidade. Só se eu estiver vendo o Eminem na frente. Ah, saudades daquele dia.

Am Ende
O que importa agora é que eu tenho o visto para a Alemanha! Haha. Agora meu pai pode oficialmente ficar calmo. E eu também. Porque, vai que, neah. Ou ia, neah.
Título do post normalmente é a música que estou ouvindo. E ando ouvindo a mesma música desde sexta passada: Dickes B, do grupo Seeed (sim, três e's). A tradução do título é mais ou menos (no meu Alemão): vigor demais nos pulmões para poucos trompetes. Procure no youtube. Ou clique aqui. Mostra vários lugares legais de Berlim, que é, aliás, a cidade mais legal da face da terra. Não queria falar nada, mas é concorrente forte para São Paulo.
Ah, que saudades de São Paulo. E das pessoas do Brasil. Saudades de vocês, gente. E de como as coisas são aí. A comida, o transporte que não funciona, a pontualidade inexistente. Tudo. Haha. Cheguei ontem no ponto de ônibus às cinco e 20 porque sabia que ia ter um ônibus às cinco e vinte e um. E assim que eu cheguei ao ponto, vi o ônibus chegando na rua. Juro, pensei, "cara, como eu amo essa cidade". Até eu aqui sou pontual (ainda não cheguei atrasada em lugar nenhum). Reflita.



L.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

So Raise Your Glass.

Post de hoje não vai ser "diário de bordo" (há). Vai ser só sobre os meios de transporte na Alemanha. Bom, em Berlim. Vai que no resto da Alemanha é diferente. Se até a língua muda, por que os trens ficariam os mesmos ?
Bom, que seja. Vamos começar então pelo "metrô". Aqui tem dois tipos de trens, um que é mais trem, e outro que é mais metrô. O trem vai por cima da terra, S-Bahn. E o metrô é U-Bahn. Mas o S-Bahn tem algumas estações que são embaixo da terra também, mas mais por comodidade mesmo. Eu acho. Vai saber. Às vezes a idéia nem era de um ser sobre a terra e outro ser sob. Às vezes foi coincidência. Haha, brincadeira. Tenho quase certeza que o S e o U são referentes a isso. Quase certeza (mínima idéia).
Em relação aos 'Bahn's, quando tem mais de um S-Bahn ou U-Bahn na mesma estação, há grandes chances de eles pararem na mesma plataforma. Trafegarem no mesmo trilho. Só eu acho isso estranho ? Então, quando o trem vem, você precisa ter certeza de que é o que você quer. Normalmente vem escrito no trem (nunca vi o contrário, mas vai que, neah ?) e também tem uma plaquinha na plataforma mostrando o nome do próximo trem (e quanto tempo ele vai demorar pra chegar) ou do trem que ta parado nessa plataforma. Quando não tem trem na plataforma, tem o nome do próximo, neah (todo mundo acompanhando ?) e com o tempo que vai demorar pra chegar (normalmente os trens vem de 10 em 10 minutos). E quando ta escrito que vai demorar 4 minutos, é porque vai demorar 4 minutos. E se vier antes, não sai da plataforma até dar 4 minutos. Vai entender. Deve ser pra se manter 'pontual'. Quando você está em um S-Bahn e quer mudar para um U-Bahn (ou vice-versa), é provável que você tenha que sair na rua. Mas normalmente tem placas avisando a saída mais perto da entrada do outro. Bem bonitinho. Principalmente na Potsdamerplatz (lovie). 
Uma coisa é normal para todos os tipos de trens. Todos são quentinhos. Haha. Na verdade, acho que tem várias coisas em comum. Todos são indicados pela última estação daquela direção (wie o metrô de São Paulo). Todos avisam a próxima estação, as próximas três, e por que lado sair. Todos em Alemão. Haha. E todos precisam ter seus botõezinhos apertados para abrir a porta. Se ninguém vai entrar e ninguém vai sair, não existe razão para deixar o calor conservado ali dentro sair. Juro, esse calor é muito estimado. O botão está dos dois lados da porta. Fica verde quando pode ser apertado, fica vermelho quando já foi apertado. E faz a porta abrir. Mesmo que o trem ainda não tenha parado. Reflita. A não ser que você ande pela linha nova (U55). Lá é tipo uma maçaneta. Descobri hoje. Fiquei procurando o botão. Um pouco tristeza.
A coisa mais esquisita desses trens é que é fisicamente possível andar neles sem pagar. Não tem ninguém, nem nenhuma catraca te barrando. Você é livre pra entrar e sair quando quiser. Bom, quase livre. Porque de vez enquando passa alguém conferindo se todo mundo tem bilhete. Mas isso ainda não aconteceu comigo. Se você for pego sem bilhete, precisa pagar uma multa de 40 euros (acredito). Mas um Monatskarte resolve muita coisa.
Acho que falei tudo que precisava sobre os trens. Qualquer coisa eu edito depois. Hehe.
Agora os ônibus. Funcionam quase como no Brasil. Mas aqui você não precisa chamar os ônibus. Param mais ou menos dois ônibus por ponto. E quando o motorista vê que tem gente parada no ponto, segurando seu bilhete, olhando pra ele, ele para. Sem precisar tirar sua mãozinha linda do bolso quentinho. Detalhe do bilhete: é o mesmo bilhete que no trem. Se você já o tiver. Eu só mostro diariamente meu bilhete mensal para ele e eu posso entrar. Mas antes de tê-lo, tinha que comprar (2,5 euros!) toda vez que entrava no ônibus. Com o motorista. Enquanto as pessoas compram (o que quase nunca acontece), todo mundo fica lá, parado, esperando na diagonal. Diagonal, porque o ônibus inclina quando para pra alguém subir e/ou descer. Ele inclina. Só eu acho isso esquisito ?  Inclina. Tipo essas letras em itálico. Haha. Os pontos de ônibus também tem nomes. Nada muito criativo, na verdade. Nome vem da próxima rua e coisa assim. Mas existem dois botões no ônibus. Um é para pedir para o ônibus parar, e o outro é para abrir a porta. O motorista normalmente abre a porta. Mas quando você ainda precisa sair e ele já ta querendo abrir a porta, é só dar uma apertadinha. E elas abrem.
Acho que é só. Poderia falar dos aviões, mas acho desnecessário. Se eu for para Kopenhagem, falo dos navios. Haha. Apesar de que, como os aviões, eles devem ser iguais em todos os lugares. E também nunca andei de navio no Brasil. Comparação indisponível (não gosto da idéia de entrar em um navio - dica).



Editado: Queria falar também que nos trens e nos ônibus pode-se levar cachorro, bicicleta, carrinhos de bebês enormes, o diabo a quatro. Sério. Já vi tanto cachorro graça! Coraçãozinho (dica, Naims). E tanto carrinho de bebê enorme. E tanta bicicleta.
O que me leva a outra parte da edição desse post: as bicicletas. Parte importante dos transportes de Berlim. Porque tem uma ruazinha para as bicicletas em praticamente todas as calçadas. E elas tem sinais de trânsito. Sim, semáforos para bicicletas. É tão Alemanha. Haha.
Sobre os carros, para poder falar alguma coisa, eles são bem mais calmos. Na minha opinião, andam bem devagar. Mas, (assumo que seja) por causa disso, quando o semáforo de pedestre te avisa que você pode atravessar a rua, ainda tem carros virando na rua. E você pensa (ou eu, no caso), "Hãn, esse carro vai me atropelar ?!". Mas eles não atropelam. Eles esperam você passar, depois passam. Nunca entendi porque funciona. Ou como. Talvez não exista pessoas o suficiente em Berlim. Porque isso em São Paulo seria uma tragédia. Não quero nem imaginar.
Bom, é só. Ah, não. Espera. Também já vi caixas eletrônicos nas plataformas abandonadas (sem catracas ou pessoas) dos Bahns. Imagina essa cena no Brasil. Você lá, na plataforma quase vazia, tirando dinheiro, na maior segurança possível. Reflita.



L.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

'Cause You're Just My Type.

B1.2
No meu primeiro dia de aula, eu fui para a escola com a belga que mora aqui perto. Foi a primeira vez que eu falei Alemão com alguém que não entendesse nenhuma outra língua que eu falasse. Funcionou bem. A gente conseguiu se entender. E eu consegui decorar bem o caminho até lá.
Chegando lá, fiz a prova que tinha que fazer para saber meu nível. Comigo, só tinha mais um cara fazendo a prova. Jeremy. Não entendi bem de onde ele veio. Mas ele chama Jeremy. Deve ser de algum país que fale aquela língua maravilhosa que conhecemos como Inglês. Fizemos prova de múltipla escolha, prova oral e - a surpresa do dia - um texto criativo. Eu já achava difícil quando tinha que escrever cartas em Alemão. Imagina ter que escrever uma história em Alemão!
No final disso, acabei ficando numa sala e o Jeremy em outra. Parecia bem claro pra mim que ele estava em um nível mais baixo que eu. Haha, modéstia à parte. Depois disso, teve um intervalo, e depois a nossa primeira aula.
Em dias normais, a gente tem duas professoras. A primeira é mais quieta, fala mais baixo. Mas gosto da pronúncia dela. A segunda é um pouco mais extrovertida. Gosto mais dela, na verdade. Mas a primeira também é bem legal. Depois dessas duas aulas, a maioria das pessoas tem outra aula de uma hora. Mas eu não. E a maioria das pessoas fica menos do que três meses. E eu vou ficar cinco meses. Já sei que vou ver toda a sala ir embora e outras pessoas entrarem.
Depois da aula, fui com a belga e uma amiga suíça francesa dela no shopping da Potsdamerplatz. Primeira vez de muitas.
Voltando pra casa, ficar sentada no S-Bahn foi fácil. Mas uma vez que peguei o ônibus foi um desastre. Eu tinha confundido o caminho para o S-Bahn, e quando ouvi que o ônibus tava passando em seila-qual ponto (sim, os pontos de ônibus tem nomes). Desci correndo, voltei mais um ponto e fiz o pior caminho da face da terra. Mas que acabou me levando pra casa. Depois, quando descobri o caminho certo, fiquei tão feliz. Porque o caminho certo é bem perto da minha casa. E o errado, não.

Checkpoint Charlie
Na terça, depois da aula, fui de novo no shopping da Potsdamerplatz. Dessa vez, comprei tocas e um par de botas que depois não serviu direito.
Na quarta, depois da aula, fui com uma amiga de São Paulo (e um amigo dela) no Checkpoint Charlie. A gente chegou lá, olhou bem para o museu, comemos Currywurst (amo) e fomos embora. O amigo dela foi embora sozinho, mas eu e ela fomos 'para o museu do murro de Berlim'. Há. Chegamos até onde achávamos que era o museu, vimos que não tinha nada e voltamos. Bela experiência. Fomos pro shopping, onde comprei botas que me serviam.
Preciso voltar no Checkpoint Charlie.

Die Treppe
Na quinta-feira, acordei super feliz. Escolhi a roupa mais bonitinha que eu tinha, coloquei minha touca nova, minhas botas novas, estava bem feliz com as roupas de inverno. Até tweetei que eu adorava as roupas de inverno daqui. Foi quando eu vi que estava na hora da aula e saí correndo. Bom, só até a escada, porque, na escada, enquanto ainda segurava as botas, escorreguei e acabei rolando escada abaixo. De luva, não consegui me segurar e acabei parando só quando cheguei no final da escada. Pior foi ter que falar com a minha Gästmutter em Alemão quando eu tinha batido a cabeça. Bati a cabeça, as costas, a perna, meu braço. Acho que só. Mas foi o suficiente para eu ficar em casa. A pior parte foi que doía até pra ficar deitada.
Na sexta, durante a aula, a gente assistiu um filme chamado Die Fälscher. Em Alemão, claro. E com legenda em Alemão. Mas foi ótimo. Era com o August Diehl. Graaaça.
Não saí naquela noite. Minha perna ainda doía (ainda dói) muito. Se alguém relasse em mim, não aguentaria de dor.
Mas minha semana terminou bem.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

They Got Nothing On You, Baby.


Tryouts.
Então. Primeiro final de semana na Alemanha! 
Na noite anterior, minha Gästmutter me disse que o café da manhã seria às dez. Primeira vez que tinha marcado qualquer coisa com ela, não queria me atrasar (ficarão todos felizes em saber que eu ainda não me atrasei pra nada! Para nenhum café da manhã, jantar ou até mesmo aula! Há!). Nove horas meu relógio despertou. Sim, meu medo de chegar atrasada é tão longo quanto uma hora. Me arrumei e desci. Lá estava a mesinha pronta, como sempre está, com nutella, pães diferenciados, croissants, café, suco de laranja, pasta de amendoim (acho que devíamos parar um pouco por aqui e analisar essa última informação. Pasta de amendoim, cara! Pronto), yogurte e mais seila, mil coisas. Foi ótimo. É ótimo sempre (menos Segunda de manhã, quando acordei tarde demais). Durante o café, minha Gästmutter disse que precisava ir em uma feira. E a gente foi. A gente foi até um bairro que chama Schöneberg. Lá, primeiro a gente parou numa loja de balões, depois na Woolworth (onde comprei uma base de maquiagem que custo um euro e pouco! UHUL). Depois então fomos à feira. Ah, aquela manhã foi legal. Apesar de que eu acredito que já eram duas horas da tarde, eu acabei só descobrindo isso depois. Primeiro a gente comprou algumas flores. Depois andando um pouco mais, paramos numa barraquinha de comida. Minha Gästmutter me explicou que era dde uma comida típica de Berlim. Currywurst. Apesar de eu normalmente não comer Wurst (que é carne), eu queria experimentar tudo que eu pudesse que fosse diferente. Então experimentei. E me apaixonei um pouquinho. E depois ainda comi seilaoque da Áustria de um cara muito austríaco. Daqueles que seria bem mais convincente como capitão Von Trapp se ele não tivesse que atuar. Depois disso fomos numa papelaria, onde achei 10 canetas STABILO por menos de 5 euros! Outra aquisição feliz! 
Depois disso, voltamos pra casa. Testei a internet, vi que funcionava (Wi-Fi!) e resolvi atualizar as pessoas. Com três horas de diferença, só consegui falar com aquelas que se atreveram a estar de pé ao meio-dia. Depois disso, minha Gästmutter me levou na casa de um casal que também ta abrigando uma estudante (da Bélgica). Esse casal morou em São Paulo durante 4 anos. A nossa conversa ficou mais ou menos em inglês/alemão/português.
Depois disso, voltei pra casa, fiquei falando com a galera no msn e dormi. Antes das nove. Reflita.

Oh, La La.
Então isso foi o que aconteceu no Sábado. Mas eu queria contar o que eu vi no Sábado. Claro que o Currywurst e as canetas STABILO foram visões maravilhosas. Mas o caminho até Schöneberg foi melhor ainda. Na Sexta de noite, nem   tinha visto nada. Estava bem escuro quando peguei o táxi. Então quando saímos de carro no Sábado de manhã, foi a primeira vez que eu olhei para a vizinhança. Ah, e que vinhança! É até engraçado, na verdade, pensar que possa existir um bairro assim. Acho muito estranho pensar que essas pessoas moram por aqui como se não fosse nada. Como se fosse somente outro bairro, outra casa. Como se todas as casas não fossem completamente maravilhosas. Como se todos os prédios baixos e angulosos não fossem completamente maravilhosos. Eu não conseguia parar de sorrir, olhando pela janela e dizendo, 'Que casas lindas'. Parece montagem. Um cenário, sei lá. As casas maravilhosas e antigas com árvores secas na frente. As pessoas todas com roupas de frio. Que, aliás, eu ainda não sei usar. Quem tiver dicas de como enrolar seu cachecol, eu aceito.
Até hoje que eu já andei algumas vezes na frente das mesmas casas, ainda assim eu me impressiono. Nenhuma delas é igual a outra. Mesmo quando são parecidas, são diferentes. E estilosas. Nenhuma é simples. E acabei descobrindo que é assim em outros bairros também. Claro, mais perto de Potsdamerplatz ou Friedrichstrasse as coisas são um pouco mais modernas. Mas nunca chegam perto de São Paulo.
Imagina esse cenário na neve!

Sunday With No Sun.
No domingo, tomei café no horário certo, depois enrolei até umas duas da tarde. Ia encontrar uma amiga às quatro e imaginei que duas horas fosse o suficiente para eu me perder e me encontrar. Ainda bem que foi. Acabei indo para o lado errado e tendo que voltar metade do caminho, mas pelo menos eu acabei chegando na Mexikoplatz, estação do S-Bahn. Enquanto eu esperava lá, sentada no ponto de ônibus, vi a pessoa mais linda da face da terra descer do ônibus. Valeu a pena ter me perdido.
Depois subi pra plataforma do S-Bahn. Não tinha ninguém lá. Acontece que em Berlim, é fisicamente possível você entrar no S-Bahn ou no U-Bahn sem bilhete. Não tem catraca. Você entra na plataforma e vê o trem. E entra quando quiser. E acontece também que o bilhete só serve para quando tiver alguém checando. O que quase nunca tem. Mas mesmo assim. Quando a minha amiga chegou, me ensinou a comprar um bilhete e a validá-lo. Depois fomos até Potsdamerplatz, para eu comprar um Monatekarte. Só que, assim que chegamos, vimos uma Müller. Loja mais perfeita que existe. Bom, para mulheres, é uma das. Ficamos tanto tempo lá dentro, felizes da vida, que quando saímos, a bilheteria tinha fechado. Fomos até Friedrichstrasse (a intenção era ir até Alexanderplatz, mas tava ficando tarde, resolvi voltar). Acabei ficando sentada na plataforma errada por tempo demais (tinha outra pessoa linda na minha frente. Valia a pena). Quando percebi que estava errada, fui para a minha. E logo voltei pra casa. No caminho pra casa, percebi que meu bilhete já tinha perdido valor (lindo, Laura). Mas ninguém checou. Triste da minha parte. Andei desde o S-Bahn a pé.
O mais legal de andar a pé no frio é que, de vez enquando, você pode colocar a mão na cara e ver que seu rosto está dormente. Juro.
Depois que cheguei em casa, jantei com a minha Gästmutter e o filho dela (que é bem legal e fala bem Inglês - não vou contar como sei disso). E então, falei mais com a galera do Brasil (vocês, amores! Haha) e fui dormir. Às nove. Como farei agora.



L.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Greetings From Berlin!

Post especial em português para todos aqueles que querem que eu conte as novidades. E vai por capítulos.


Bonjour, AirFrance
Sempre fui um pouco apreensiva com aviões. Só a idéia, na verdade, já que nunca tinha viajado de avião. Mas isso é besteira. Porque avião é a coisa mais legal que existe. Isso, se você estiver viajando na classe executiva. Tinham me falado que só a viagem de avião já seria demais, mas eu não tinha acreditado. Minha poltrona era enorme. Cabia duas pessoas sentadas juntas. E ela reclinava até 180 graus. Na parte de botões para reclinar e tals, tinha um botão bem interessante. Um botão de massagem. Pois é. Durante um turbulência em cima do Atlântico, eu tive que apertar meus cintos enquanto assistia Friends, tomava champagne e recebia uma massagem da minha poltrona.
Antes do jantar, recebi um menu para poder escolher tudo que eu fosse comer. Sabe, de entrada, de prato principal, de sobremesa, essas coisas. As opções eram todas complicadas demais para mim, e eu não sabia o que escolher. Meia hora depois, quando vieram me perguntar o que eu comeria, escolhi o prato do dia por facilidade. E foi quando descobriram que eu era brasileira. Até então, estava conseguindo me comunicar muito bem em Francês. Aí eu não entendo uma coisinha, e pronto. 'A senhora é brasileira ?' Yes, dammit.
Uma codorna assada no molho de seilaoque depois, resolvi assisti a um filme. Não tive dúvidas sobre qual ver, quando achei no menu o filme Salt. Ah, Salt! Acho que eu amo esse filme viu. Mas parei no meio. De sono. E dormi. Reclinei minha cadeira em 180 graus, me cobri com a mantinha, apoiei minha cabeça no travesseiro enorme que eu recebi, e dormi. 
Depois de poucas horas (sei que não dormi muito), acordei com o aviso de apertar os cintos. Outra turbulência. U-hul. Mas passou logo. E foi fraca. Abri a janela pra ver se conseguia ver o mar. Queria tanto ver o mar. Mas normalmente só dava pra ver as nuvens. Não dessa vez. Dessa vez, eu consegui ver o nascer do sol. Ele começava na linha do horizonte, onde dava para ver o movimento do mar. E começava bem vermelho. Ia para o laranja, amarelo, verde claro, azul claro, azul escuro, roxo e terminava no céu ainda preto. Pouco depois a gente passou por cima de Las Palmas (no menu da televisão tinha a opção de seguir o plano de vôo pra saber onde estávamos e coisa assim). A ilha ainda estava acesa, pois para eles ainda estava de noite. E junto com o nascer do sol, ficou lindo. 
Quando a gente estava chegando na Europa, teve um momento sem nuvens. E foi bem quando a gente tava entrando mesmo na Europa. Eu consegui ver a costa de Portugal. Bem legal.
Bom, de resto da viagem, só queria dizer que amava minha televisão. E que brinquei muito de receber massagem. Andei assistindo Sex And The City, Grey's Anatomy, Two And A Half Men, Friends. Estava bem feliz quando cheguei no Charles De Gaulle.
Passando por cima da parte mais rural de Paris, era até engraçado. A terra era dividida em quadrados, alguns verdes, alguns marrons, alguns listrados. Era bem bonito também. Mas teria sido bom se a gente tivesse passado por Paris mesmo. Sabe, pra arranhar o avião com a ponta da Torre Eiffel.

Charles de Gaulle, Frankfurt Main e Berlin Tegel.
Chegar no Charles de Gaulle foi ótimo. Estava super feliz, tinha acabado de viajar no melhor jeito possível. Bem alimentada (o café da manhã foi ainda melhor que o jantar!). Descansada. E a aterrissagem é ainda mais legal do que a decolagem. Parei na primeira mulher de uniforme que vi fora do avião e perguntei onde eu devia ir. Ela me apontou um caminho e falou que era no 2D. Ah, maldito 2D. Eu andei tanto atrás desse 2D, que se eu tivesse andado mais dois metros, tinha chegado em Frankfurt a pé. Mas oks. Exageros a parte, me perdi mais umas mil vezes (ou pelo menos perguntei mais umas mil vezes onde eu estava e que horas eram e tals). Quando achava que tinha me achado, resolvi parar na Relax só pra ver como era. E vi mil coisinhas de turista em Paris. Até vi o globinho que levanta 'neve' se você chacoalha. Adorável. Mas não comprei nada. Nem o esmalte Chanel por 16 euros.
Acabei achando meu portão. Entrei no mini avião, sentei na triste cadeira, e comi a simples comida. Gostei muito mais da outra viagem. Mas a aeromoça dessa era super legal. Ela falava comigo em Francês e eu entendia tudo. Me deixou bem feliz. Até eu começar a passar mal. Entre beber água e respirar fundo, acabei chegando viva em Frankfurt.
Senti o choque de línguas já em Frankfurt. Alemão é tão desanimador. Haha. Por que, meu deus, por que que eu ainda insisto em aprender essa língua ? Bom. Entre mil alemães, eu sentei na sala de espera da Air Berlin e fiquei lendo lá. Todo mundo falando alemão tava mesmo começando a me assustar. O avião atrasou. Acabou saindo na hora que era para chegar. A viagem foi de menos de uma hora. Mas eu já estava morrendo de sono e cansada. Nem vi a viagem. Nem comi nenhuma comida ruim. Pelo menos alemães falando inglês é um pouco melhor do que franceses falando inglês. Nossa, franceses falando inglês é triste, viu. Eu tive que me esforçar a entender o que eles estavam falando em francês, porque em inglês era impossível.
Chegando em Berlim, eu só tive que pegar minha mala e um táxi. Não foi nada difícil. Consegui falar bem com o taxista que não só falava Inglês, como estava ouvindo música clássica. Fala sério, só na Alemanha mesmo.

Home, Sweet Home.
Yeah, right. Tava escuro e eu não conseguia achar a casa. E eu ficava entrando no quintal das casas das pessoas, batendo na janela delas, esperando que elas me ajudassem. Todas ajudaram. Até o cara lindo que mora aqui do lado (e que, pelo que eu entendi, é casado com uma brasileira). Quando eu finalmente percebi que tava procurando errado, acabei achando a casa certa. E conheci a Katharina. 
Não fiz mais nada. Só tomei banho rápido e fui dormir. Quentinha, finalmente.
Agora, conto do final de semana depois, oks ? Preciso ir tomar café e descobrir o que eu vou fazer hoje.


L.